terça-feira

Ruídos podem provocar convulsões em gatos mais velhos, diz estudo


Ruídos agudos não são grandes aliados desses felinos, segundo estudo 
(Foto: Fabio Rodrigues/G1)

Gatos mais velhos podem ter convulsões após ouvirem determinados sons agudos altos como chaves chacoalhando, papel alumínio sendo amassado, ou uma colher de metal batendo contra um prato de comida – revelaram pesquisadores na revista especializada em medicina felina “Journal of Feline Medicine and Surgery”.

Até mesmo sons simples, como tocar em um teclado de computador, martelar um prego ou o barulho de um cacarejo poderiam desencadear uma convulsão temporária, principalmente em gatos com idade acima de 10 anos, adverte um relatório publicado.

O estudo começou como uma investigação da entidade Cat Care International, que pediu a neurologistas veterinários relatos de alguns donos de gatos que descreviam ataques incomuns.

Relatos de donos de gatos começaram a se multiplicar depois que a imprensa internacional noticiou sobre o aparente distúrbio chamado “síndrome de Tom e Jerry” – assim chamada por causa do gato Tom, que muitas vezes exibia movimentos súbitos em resposta a ruídos e surpresas de seu rival, o ratinho Jerry.

Agora, o transtorno tem um nome real: crise reflexa audiogênica de felinos (FARS, na sigla em inglês).

Os seres humanos também podem sofrer de crises reflexas audiogênicas, que são desencadeadas por certos sons.

Em alguns casos, os sons podem causar uma pausa súbita em movimento, enquanto que em outros casos os ruídos levam a breves movimentos bruscos que podem durar vários minutos.

Frustração com veterinários

Já que não havia qualquer investigação científica sobre o problema publicada, os autores do estudo, Mark Lowrie e Laurent Garosi, da Davies Veterinary Specialists, e Robert Harvey, da Escola de Farmácia da University College de Londres, elaboraram um questionário que foi entregue aos tutores de gatos pela International Cat Care.

Centenas de pessoas de todo o mundo responderam. Muitos tutores descobriram que os sons eram de fato o gatilho para as crises convulsivas.

Gatos com e sem pedigree foram afetados. “A idade média de início das crises foi 15 anos, com gatos de idade variando entre 10 a 19 anos”, explicou o estudo, acrescentando que os gatos da raça Sagrado da Birmânia tendem a ser particularmente vulneráveis a tais ataques.

“Este estudo definiu uma síndrome previamente não declarada por meio de questionários cuidadosamente selecionados e registros médicos”, disse o relatório.

“A expectativa é que a publicação do documento sensibilize os veterinários sobre esta síndrome”.

Os investigadores continuam a explorar possíveis tratamentos para as convulsões, que muitos tutores de animais disseram que podem ser evitadas, pelo menos uma parte do tempo, mantendo os gatos a distância de certos sons.

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